A Secretaria de Desenvolvimento Econômico apresentou, nesta segunda-feira (15), para representantes dos diversos segmentos que formam a chamada economia do mar e para a Comissão Estadual de Desenvolvimento da Economia do Mar (Cedemar), o primeiro detalhamento do grande projeto do Polo Náutico Pesqueiro que será implantado, no futuro, no Caju, na área do antigo estaleiro Caneco, que já foi arrematado num leilão pelo governo estadual.
O polo será um projeto estruturante e estratégico para o adensamento de cadeias produtivas ligadas à economia do mar e uma oportunidade concreta para geração de emprego e renda para o estado. Atualmente, o maior polo pesqueiro do país é em Itajaí, Santa Catarina. Especialistas dizem que o polo fluminense, pela grandeza e gigantismo do audacioso projeto, deve ultrapassar o catarinense em importância e vazão.
Segundo a apresentação feita pelo secretário Cassio Coelho, responsável pela ação, o projeto está inicialmente dividido em três áreas. A chamada área 1, de aproximadamente 60.700 m², será ocupada por área administrativa, tratamento dos resíduos sólidos, atracação de embarcações, beneficiamento e armazenagem de produtos, pregão e comercialização do pescado, fabricação e armazenagem de gelo e estacionamento e área de manobra de caminhões.
A área 2, de aproximadamente 82.300 m², será ocupada pelo centro de formação de mão de obra, oficinas de barcos, projeto Baía Reinventada, cluster da Baía de Guanabara (um cluster é um agrupamento de um segmento específico), atracadouro dos barcos de pesquisas das universidades, polo do segmento náutico fluminense, Grupamento Marítimo PMERJ-CBMERJ, posto de atendimento médico e área de abastecimento de combustível.
A área 3, de aproximadamente 17.800 m², tem a previsão de ser ocupada pelo Núcleo da Universidade do Mar-Uerj, shopping do mar, polo turístico da Baía de Guanabara, sede de praticagem/escola, atendimento de vagas secas e atracadouro para embarcações de praticagem.
Todos esses itens estão previstos na lei 9.545, de 10 de janeiro de 2022, que dispõe sobre a implantação do complexo pesqueiro no Estado do Rio de Janeiro. Após o leilão, as áreas já foram devidamente pagas pelo governo estadual.
O projeto do Polo Náutico Pesqueiro irá contribuir para o crescimento do segmento do pescado, e também com o processo de despoluição e reinvenção da Baía de Guanabara, importantíssimo para o Rio de Janeiro; despoluições como a que este ocorrendo no Rio, em outras cidades do mundo, provocaram verdadeiras revoluções de desenvolvimento e turismo. E o plano prevê ainda a capacitação profissional de moradores de favelas do entorno da área do polo, para atuarem como mão de obra especializada do mercado pesqueiro e economia do mar, além da possibilidade de acordos com a Marinha, Faetec e Sistema S. A abrangência do projeto trará resultados não só econômicos, como sociais.
Os próximos passos do projeto serão a realização de estudos técnicos e masterplan da área, estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, elaboração do modelo de negócios do empreendimento e pedidos de licenciamento ambiental do local. Já foi oficializado pedido de reunião da secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico com o Inea – órgão que trata do meio ambiente, para tratar do licenciamento do empreendimento.
Ainda nesta terça-feira (17/8), a secretaria de Desenvolvimento Econômico realizou uma reunião com o Cluster Tecnológico Naval, parceiro de primeira hora do projeto do Polo Náutico Pesqueiro, para assinar um Memorando de Entendimento que inclui a realização dos estudos preliminares para garantir a segurança e a navegabilidade dos barcos pesqueiros na região, incluindo a batimetria – que irá sinalizar a necessidade de dragagem ou não da região e atualização da Carta Náutica, junto à Marinha – e capacitação de profissionais para trabalhar na área náutica do empreendimento, promovendo a inclusão social da comunidade local.
Com isso, o Polo Náutico Pesqueiro começa com a visão e sensibilidade da importância e dos impactos econômicos e sociais do projeto. O piloto desta iniciativa é o secretário da pasta de Desenvolvimento Econômico, Cássio Coelho, que ficou conhecido por sua atuação de muitos anos à frente do Procon Estadual.
Fonte: Diario do Rio