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Centro do Rio dá sinais de fortalecimento após crise e já mostra primeiros resultados

Prédios do Centro do Rio | Foto: Rafa Pereira – Diário do Rio
Impulsionado pelo programa Reviver Centro, região tem atraído investimentos e superado a recaída econômica

Depois de alguns anos amargando um sensível esvaziamento, o Centro do Rio vai conseguindo se reerguer da crise, que foi ampliada pela pandemia do Coronavírus, através de parcerias público-privadas que tem como objetivo revitalizar a região. Uma delas é o Reviver Centro, programa que estimula e viabiliza empreendimentos residenciais e recuperação da área. A ação já tem mostrado resultados surpreendentes para os padrões da indústria de construção civil e vem se consolidando como a principal ferramenta de retomada social e econômica do centro da cidade ao longo dos seus nove meses de concepção.

A meta inicial do Reviver Centro é aumentar em 15% da população do centro até 2024. Para isso já foram dois lançamentos e requisição de 15 licenças de construção, das quais oito foram emitidas, informa a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo. Até o momento, serão quatro condomínios erguidos e 11 conversões de prédios comerciais para residenciais, com total de 1.719 unidades programadas. O número é superior às pouco mais de 1,4 mil unidades residenciais licenciadas no centro nos últimos dez anos. Em 20 anos,somente 0,2% do volume de produção residencial da cidade se deu na região, diz a prefeitura.

A região central da cidade tem hoje um percentual de vacância próximo a 60%. São quase 7 mil casas, sobrados e prédios inteiros vazios, informou Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria de Construção do Estado (Sinduscon-RJ) ao portal Valor Econômico.

Números do Instituto Pereira Passos mostram que 42 mil pessoas vivem atualmente no centro da capital fluminense, que vai das costas da Zona Portuária, a partir da Estação Central do Brasil até o sopé de Santa Teresa: o centro propriamente dito, a Lapa e o entorno da Praça da Cruz Vermelha. Nas contas do secretário de Planejamento e Urbanismo, o urbanista Washington Fajardo, as unidades já programadas devem atrair pouco mais de 4 mil novos moradores, se considerada a média de 2,5 pessoas por residência.

O Reviver Centro, que começou a sair do papel em meio à pandemia, tem colhido bons resultados muito em função de uma aposta do poder público de atrair investimentos para um trecho da cidade que já possui toda a infraestrutura para receber moradores. Tanto no que se refere a transporte, oferta de trabalho, cultura, comércio, entre outros. Segundo a prefeitura, o centro concentra mais da metade das carteiras assinadas do Rio. São cerca de 800 mil empregos formais de alguma forma ligados à região, diz a prefeitura.

Além disso, as novas regras, com duração de dez anos, que incluem uma série de isenção de impostos e incentivos fiscais, têm disponibilizado boas oportunidades para as incorporadoras. Uma delas foi atrelar aos projetos a concessão de créditos construtivos em outras áreas da cidade outrora limitadas por lei. Empresas que constroem no centro ganham autorização para aumentar a altura de prédios até o gabarito mais alto nos valorizados bairros de Ipanema, Copacabana e Leme, na Zona Sul, além de Tijuca e outras partes da Zona Norte.

Além da extinção de dívida ativa de IPTU, e da isenção do ITBI na primeira venda, a desregulamentação do retrofit também facilitou as regras para a conversão de prédios comerciais em residenciais.

Um dos lançamentos já inseridos nas nova instrução será o da Presidente Vargas 1140, que terá 18 andares com 360 unidades a partir de R$ 276 mil, no formato estúdio ou dois quartos. As incorporadoras miram o público de jovens trabalhadores ou universitários, que buscam espaços menores dotados de facilidades.

A conversão em residências dos hotéis que definham sem demanda corporativa também está na mira. O maior projeto é do Atlântico Tower (ex-hotel São Francisco),  que pertence ao fundo de investimento Opportunity. Ainda em fase de licenciamento, o empreendimento será retrofitado para receber 214 apartamentos.A expectativa é de início das obras no final do primeiro semestre, com investimento de R$ 35 milhões. O preço médio das unidades será de R$ 190 mil.

Toda essa movimentação tem impactado na volta do comércio, que tanto sofreu com os fechamentos na pandemia, mas que já vinha mal das pernas bem antes dela. Contudo, ainda restam sanar os problemas com conservação e segurança, algumas das maiores reclamações dos empresários que têm negócios na área.

Nesse sentido, a prefeitura tem um subprograma de “áreas de excelência”, que fatiou a região em trechos para pente fino de zeladoria, como conserto de calçadas e iluminação, seguido de reforço na presença da Guarda Municipal.

Fonte: Diario do Rio 

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