Boletim Informativo

Turismo é destaque em audiência do Plano Diretor

O setor de turismo foi destaque na mais recente audiência pública para o desenvolvimento do novo Plano Diretor do município do Rio de Janeiro. A reunião, realizada no dia 20, contou com a presença de diversos representantes de entidades relacionadas ao setor, como ABIH-RJ, HotéisRIO, ABAV RJ (Associação Brasileira das Agências de Viagens) e Abeoc (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), entre outras.

Na ocasião foram debatidas propostas que possam ser acrescentadas ao texto do novo plano. Entre os temas estiveram a definição de áreas de interesse turístico e para eventos em geral, assim como o ordenamento urbano, com a criação de corredores de segurança turística, uso de espaços e equipamentos públicos para promoção de eventos e o mapeamento de regiões com potencialidade de desenvolvimento das atividades turísticas, culturais e esportivas. 

Entre os objetivos estudados estão melhorar a percepção da imagem da cidade como destino turístico de primeira linha junto aos mercados nacional e internacional. Para tal, pretende-se incrementar a divulgação de pautas positivas sobre o Rio, manter um banco de imagens e vídeos atualizado para suportar as ações de divulgação e organizar press trips, consolidando a marca Visit Rio.

Outra aposta para o desenvolvimento sustentável do turismo é o incentivo à realização de congressos técnicos-científicos, culturais, feiras e seminários na cidade, de forma a atrair para a cidade um visitante de maior poder aquisitivo, em especial nas baixas temporadas. O trabalho começa com a elaboração de um calendário permanente de eventos dos mais diversos segmentos, com um horizonte de 10 anos, por meio da exploração dos calendários de eventos nacionais e internacionais de forma a identificar possibilidades de candidatura do Rio de Janeiro.

Além disso, há estudos para a implantação de sistemas que mensurem o retorno dos investimentos originados dos programas e ações do turismo, permitindo dimensionar e calcular os impactos diretos e indiretos do setor de eventos na economia da cidade com base, por exemplo, na apuração de impostos

Há previsão também de ações que melhorem a percepção da segurança turística da cidade, por meio de reciclagem permanente dos agentes, em especial em relação a idiomas e processos de atendimento, aparelhamento adequado das forças de segurança e saúde e adoção de um programa similar ao “Segurança Presente” em trilhas e caminhos ecológicos da cidade.

Para o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, é fundamental que o poder público tenha essa capacidade de escutar as demandas da iniciativa privada. “Participar de uma iniciativa importante como o Plano Diretor demonstra que nossas demandas serão ouvidas e que uma parceria com as esferas decisórias é não apenas desejável, mas possível. Com essas medidas, poderemos aumentar o volume de gastos do turista na cidade, sua mobilidade o tempo médio de permanência, desenvolvendo nosso turismo”, afirmou.

Reconversão de hotéis – Um dos assuntos relevantes no turismo carioca é a reconversão de hotéis em prédios residenciais. A recente notícia de que o hotel Intercontinental, em São Conrado, será o próximo a passar por esse processo reativou esse antigo debate no setor hoteleiro. E ele está longe de ser o único. Uma dezena de empreendimentos hoteleiros cariocas teve ou terá o mesmo destino, caso do Hotel Glória, do Novo Mundo, no Flamengo, e do Hotel Everest, em Ipanema, para citar alguns. 

A decisão coloca fim a mais de 50 anos de história de um dos mais tradicionais hotéis cariocas. Afetado pela pandemia de Covid-19, o empreendimento permaneceu fechado por mais de dois anos e, quando reabrir, não receberá mais hóspedes e, sim, moradores. Serão mais de 600 unidades, distribuídas em cinco edifícios – o atual prédio e mais quatro novas construções no terreno.

Segundo o HotéisRIO, antes de 2016 o Rio tinha 29 mil leitos de hotel, que pularam para 62 mil no ano de realização dos Jogos Olímpicos. Depois, houve uma redução de 15 mil leitos. De acordo com o presidente da entidade, Alfredo Lopes, o setor continuará enfrentando dificuldades enquanto o turismo não for um projeto de governo. “Os hoteleiros são a favor de se dar uma finalidade a prédios sem uso. Ninguém gostaria de ter hotéis fechados por 40 anos, como aconteceu com o Nacional, com risco de serem invadidos. Então, pode ser bom para a cidade do Rio, até do ponto de vista do ordenamento urbano. Mas é preciso definir bem as regras que estas unidades têm que seguir. A nova atividade tem que ser muito bem regulamentada. Por exemplo, eles têm que ter uma tributação, sob pena de liquidar a economia (formal, dos geradores de impostos e empregos). Queremos que, junto com as medidas, venha a equiparação de impostos para aluguéis via plataformas digitais, que hoje são isentas de tributos”.

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